Releitura do game clássico de 1998 ultrapassa 4 milhões de cópias vendidas. Outrora odiada, a desenvolvedora japonesa tem reconquistado a confiança dos fãs
“Resident Evil 2 Remake” é um sucesso. O jogo atingiu a marca de 4 milhões de cópias enviadas às lojas após seu primeiro mês de lançamento. A informação divulgada pela Capcom à imprensa na última quarta-feira (27) demonstra o poderio e vigor retomados pela franquia de survival horror com suas duas obras mais recentes. “Resident Evil 7: Biohazard” (2017), último título da franquia antes do remake do jogo clássico ser publicado, já vendeu mais de 6 milhões de cópias.
A forma positiva com a qual o público tem recebido os últimos lançamentos da empresa nipônica pode ser explicada por uma mudança em sua postura. A desenvolvedora, que não raro era encontrada em listas sobre as piores empresas de games, passou a escutar mais os fãs e atender seus pedidos.
Vale ressaltar que “Monster Hunter” é outra franquia resgatada com louvor pela desenvolvedora japonesa. O último game da série de RPG, “Monster Hunter: World” (2018), se tornou um sucesso absoluto com 12 milhões de cópias vendidas. Apenas dois meses após ser publicado, passou a ser o jogo mais vendido da história da Capcom. Como se não bastasse, a obra também concorreu ao prêmio de Game do Ano de 2018, vencido por “God of War” (2018).
Os títulos de “Resident Evil” lançados na última década — excluindo aqui spin-offs e também os games da série “Revelations” — trouxeram um histórico de insatisfação dos fãs e crise na identidade dos jogos. É claro que “Resident 5” (2009) e “Resident 6” (2012) venderam bem, afinal estão hoje entre os cinco games mais vendidos da empresa. Mas é preciso enxergar além dos números frios e analisar o impacto causado por cada jogo.
Crise de identidade
O quinto episódio da franquia de horror e sobrevivência ficou marcado pelas críticas dos gamers, por justamente ter deixado de ser um jogo do gênero. Os ambientes ensolarados e bem iluminados pelos quais Chris Redfield e Sheva Alomar passam em “Resident Evil 5”, além da ação exagerada do game, tornaram a série uma verdadeira incógnita na cabeça dos fãs.
Mesmo em meio a essa crise de identidade, “Resident Evil 6” prometia inovações para a jogabilidade travada de seu antecessor, a volta do terror e pela primeira vez o encontro entre Chris e Leon S. Kennedy em um mesmo game da série. Com as promessas, vieram as expectativas: a Capcom traçou a meta de vender 7 milhões de cópias. Após o jogo sofrer duras críticas dos fãs e da mídia especializada, a empresa acabou reajustando o número para 5 milhões.
O futuro de “Resident” e outras franquias
“Resident 7” e o remake de “Resident 2” são uma amostra do que vem por aí no futuro da franquia: sustos e terror psicológico somados a gráficos ultrarrealistas; uma volta às origens: da procura por itens no mapa à resolução de puzzles; zumbis em vez dos infectados vistos em games anteriores. A desenvolvedora já demonstrou também que é possível que um remake de “Resident Evil 3: Nemesis” (1999) seja produzido.
Além dos rumores sobre o futuro de “Resident”, o que sabemos de concreto é que faltam poucos dias para conhecermos “Devil May Cry 5” em sua totalidade. A Capcom publicou o último trailer da nova aventura de Dante, que será lançada na próxima semana. A empresa também trabalha em um game ainda não anunciado. Não se sabe se será o início de uma nova franquia ou um título de uma série já consolidada — alguns fãs cogitam e torcem pelo anúncio de um “Onimusha” ou “Dino Crisis”.
Vem mais por aí. Não é absurdo afirmar que os tempos de ouro da Capcom voltaram, e com eles, a qualidade dos seus jogos. Resta saber se a desenvolvedora responsável por “Resident Evil”, “Street Fighter”, “Mega Man”, entre outros sucessos, conseguirá atender às expectativas cada vez maiores do seu público.
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