A construção de uma relação que atravessa gerações com a cidade de Salvador como pano de fundo. Em “Guerra de Algodão”, terceiro longa de Marília Hughes Guerreiro e Cláudio Marques, Dora (Dora Goritzki), 13 anos, e Maria (Thaia Perez), 70, são, respectivamente, neta e avó que praticamente não se conhecem e se veem obrigadas a conviver depois que a adolescente vai passar férias na Bahia com a matriarca. Com estreia marcada para o dia 3 de dezembro em cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e lançamento no streaming em janeiro, o longa acaba de ganhar trailer e pôster oficiais.
Na trama, enquanto tenta a todo custo voltar para Alemanha, onde vive desde criança, Dora descobre que tem muito mais em comum com Maria do que imagina e que o afastamento da avó é fruto das escolhas consideradas “modernas” feitas tempos atrás. “Essa cidade era muito provinciana, as pessoas não tinham nada na cabeça”, diz a personagem em cena do filme.
– Guerra de Algodão fala do apagamento que a sociedade impôs e continua a impor às mulheres de personalidade forte, que dificilmente são enquadradas – comenta a diretora Marília Hughes Guerreiro.
Antes da estreia em circuito, o longa foi premiado como Melhor Filme no Santiago Indie Film Awards e circulou por festivais importantes mundo afora, como 18º Montreal World Film Festival (Montreal, 2018), LA Film Festival (Los Angeles, 2018), 43º Atlanta Film Festival (Atlanta, 2019) e 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (São Paulo, 2019), entre outros. “Guerra de Algodão” é uma produção da Coisa de Cinema com distribuição da Vitrine Filmes.
SINOPSE
Dora, 13 anos, vai passar as férias com a sua avó pela primeira vez. Maria, 70 anos, mora em um velho sobrado em Salvador, Bahia. Elas são completamente estranhas uma para a outra. Ao longo da história, Dora irá descobrir que ela não vai voltar mais para a Alemanha, país onde ela vive desde pequena com a sua mãe. Não irá voltar nem mesmo para se despedir de seus amigos. A adaptação à nova cidade não será simples. Aos poucos, no entanto, ela se sentirá interessada não apenas pela cultura local, mas também em compreender a história da sua própria família. Dora vai aprender a admirar a sua avó, uma pioneira das artes na Bahia.
SOBRE OS DIRETORES:
Marília Hughes Guerreiro nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 1978, e mora em Salvador, Bahia, desde 1991. É graduada em Psicologia (1996-2002) pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas (2007-2009) pela UFBA/PósCom. Sócia da empresa Coisa de Cinema onde trabalha, desde 2006, como diretora, produtora e editora. Marília realizou diversos curtas premiados e, desde 2007, é produtora geral do Panorama Internacional Coisa de Cinema, festival internacional de cinema que acontece em Salvador desde 2002. Depois da Chuva é o seu primeiro longa-metragem. A Cidade do Futuro, o segundo longa.
Cláudio Marques nasceu em Campinas, São Paulo, em 1970, e mora em Salvador desde 1982. Cláudio foi editor e crítico do jornal Coisa de Cinema durante oito anos (1995-2003). Colaborou para os jornais Tribuna da Bahia e A Tarde. Idealizou e hoje coordena o Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha. Cláudio é o idealizador e coordenador do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Cláudio dirigiu, roteirizou e montou diversos curtas premiados. Depois da Chuva é o seu primeiro longa-metragem. A Cidade do Futuro, o segundo longa.
SOBRE A PRODUTORA:
“Coisa de Cinema” surgiu em Salvador, em 1995. Responsável pela publicação do jornal tablóide de mesmo nome, que circulou em 5 capitais e contou com mais de 70 mil exemplares. A empresa se tornou responsável pelo Panorama Internacional Coisa de Cinema, que surgiu em 2002 e já está em sua décima primeira edição em 2015. Desde 2006, Coisa de Cinema produziu seis curtas (entre eles Carreto e Nego Fugido), que participaram de 160 festivais e conquistaram 72 prêmios. Depois da Chuva, primeiro longa-metragem da produtora, conquistou os prêmios de Melhor Roteiro, Trilha Sonora e Ator no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Internacionalmente, estreou no 43º Rotterdam Film Festival, um dos cinco mais importantes da Europa e participou de mais de 30 festivais no mundo todo. Lançado comercialmente no Brasil, o longa recebeu dezenas de excelentes críticas, sendo considerado por Sérgio Alpendre, da Folha de São Paulo, o melhor longa brasileiro da nova geração dos últimos dez anos. “A Cidade do Futuro”, segundo longa da dupla, foi exibido em 42 festivais de cinema pelo mundo. Lançado em 2018 no circuito comercial brasileiro, o filme recebeu excelentes críticas.
SOBRE A VITRINE FILMES:
Em 10 anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 150 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius”, “O Som ao Redor”, e “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, longa que já alcançou mais de 750.000 espectadores, além de “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar 2020, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional. Em 2020, ano em que completou uma década, a Vitrine Filmes lançou no primeiro semestre “O Farol”, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia e “Você Não Estava Aqui”, novo longa de Ken Loach. Já no segundo semestre de 2020, lançou “Os Olhos de Cabul”; “Música para Morrer de Amor”; “Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu”; “Três Verões”; “Sem Seu Sangue”; “A Febre”; “Pacarrete”; “Cidade Pássaro” e agora “Guerra de Algodão”.
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