Último filme da supersaga celebra todo o MCU de maneira inteligente e agradável
Pode ler essa crítica sem medo: NÃO CONTAREMOS SPOILERS! Imagine agora tudo o que você espera de “Vingadores: Ultimato”. O filme entrega. A missão dos Irmãos Russo, diretores do filme, era gostosa e ao mesmo tempo ingrata: atender ao hype de “metade dos seres vivos no planeta”. A boa notícia é que essa expectativa, que fez todos, ao mesmo tempo, tentarem comprar em pré-venda um ingresso para o último episódio da Saga do Infinito, é superada.
O filme mais esperado do universo compartilhado da Marvel e que estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira (25) é ousado por seu roteiro em que, não necessariamente, as soluções para derrotar Thanos (Josh Brolin) são novidades para os fãs fervorosos da supersaga, mas o modo como as coisas são construídas agrada e muito. Stephen McFeely e Christopher Markus assinam uma história que usa suas 3 horas de duração com eficiência. Elas passam rápido e fazem o arco de quase todos os personagens da formação original dos Vingadores se fechar.
Usando uma cold opening muito acertada, a obra começa sem rodeios, como um tapa em nossas caras, e continua assim até o final, nos deixando sem respirar mas felizes por essa ausência de ar. Como era de se esperar, “Ultimato” provoca variados sentimentos e nos faz navegar pela esperança, melancolia, emoção e êxtase. Arranca risos, gritos, lágrimas.
No entanto, o aspecto mais positivo do roteiro é a nostalgia que causa. Com ela, a obra expõe o quanto o MCU é orgânico e grandioso, sem precedentes. Seus 22 filmes se conectam e são, planejadamente, um caminho que leva do ponto A ao ponto B. Para quem não acompanhou o universo de forma assídua nos últimos 11 anos, “Ultimato” se mostra agradável e extremamente saboroso. Para quem é fã, traz a experiência extasiante de chegar a este ponto B e ainda poder olhar para trás.
É desnecessário dizer detalhes sobre o alto esmero da produção do longa no que tange à direção de arte, efeitos especiais, figurinos, atuações e trilha sonora. A fórmula Marvel se repete, os ingressos se esgotam e os cofres da Disney se enchem ainda mais, afinal estamos falando de uma saga que já arrecadou mais de 15 bilhões de dólares.
Um aspecto do longa que surpreende é a participação de certa forma discreta de Capitã Marvel (Brie Larson). Algumas teorias dos fãs especulavam que ela lideraria os Vingadores contra Thanos, e sua firme postura nos minutos iniciais de “Ultimato” davam a entender que as hipóteses estariam corretas. No entanto, isso não acaba se concretizando, o que decepciona um pouco pelos poderes da heroína e pela expectativa criada após o lançamento recente de seu filme solo.
“Vingadores: Ultimato” presta um serviço aos fãs, entrega o que se propõe e encerra um ciclo, não possui sequer as já famosas cenas pós-créditos. Proporciona uma experiência incrível e une 22 obras. É cômico do “jeito Marvel” e se permite, dada a enorme amarração de sua supernarrativa, fazer autorreferências. Emociona. E o principal, abre portas para o futuro. Preparemos o bolso para os ingressos e a pipoca, vem mais por aí.
Discussão sobre esse post